28 de outubro de 2008


Bombeiros se esforçam para salvar operário que limpava cisterna num sítio em Igarapé, na Grande BH. Preso por pedra, trabalhador corria o risco de ser atingido por desmoronamento
Agência Estado
Thiago Herdy - Estado de Minas

Fotos: Jackson Romanelli/EM/D.A Press
Com o apoio de uma escavadeira, bombeiros tentaram retirar entulhos e depois um dos militares entrou no buraco para tentar salvar o cisterneiro
Um homem de 63 anos está preso no fundo de uma cisterna em um sítio desde as 9h de segunda-feira, no bairro Ouro Verde, em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o Corpo de Bombeiros, José Francisco da Silva efetuava uma escavação no reservatório, de 25 metros de profundidade e 1 de diâmetro, quando uma pedra se deslocou e prendeu sua perna.Veja imagens do trabalho de resgatePara removê-lo, os bombeiros tentam quebrar a pedra. Uma bomba de sucção é utilizada para evitar que o nível da água suba. De acordo com os bombeiros, Silva está consciente. Sua pressão e respiração são monitoradas. Vinte e três bombeiros participavam do resgate nesta noite.José Francisco foi contratado no sábado para fazer a manutenção da cisterna. A idéia era remover porções de terra no fundo para melhorar a capacidade de abastecimento do poço. “Quando ele ia tirar o barro, o negócio arriou em cima dele, de uma vez só. Ele gritou: 'Me ajuda! Me ajuda’, mas eu não conseguia fazer nada. Chamei o caseiro e pouco tempo depois chegou a polícia”, conta o ajudante Alexandre Cândido, de 27 anos, que trabalhava com José Francisco. De acordo com o coronel Cláudio Teixeira, o operário deveria ter escorado as manilhas antes de mexer no fundo. “Não houve avaliação do risco de forma criteriosa”, disse. O início da operação foi acompanhado de longe por sete dos oito filhos da vítima e por sua mulher, Maria do Carmo Soares da Silva, de 56 anos. Bastante nervosa, ela pediu para ser levada para casa no meio da tarde, porque não agüentava mais ouvir o murmúrio do marido no fundo do poço. “Ele trabalha com isso há muito tempo, mas minha mãe sempre falava para ele não fazer mais isso. Ela achava perigoso, principalmente por causa da idade dele. Mas não adiantava, se chamavam, ele aceitava o trabalho”, contou a filha Luciana Francisca dos Santos, de 18, que acompanhava a operação dos bombeiros com um dos netos de José Francisco ao colo. Na noite de ontem, os bombeiros não sabiam dizer até que horas prosseguiria a ação de resgate. Os militares se alternavam entre a retirada de água no fundo do poço, o acompanhamento do estado de saúde da vítima e a tentativa de trincar a pedra que prendia sua perna. O dono do sítio onde ocorreu o acidente acompanhou a operação de perto e ofereceu suporte aos militares que trabalhavam no local. Dezenas de moradores de Igarapé foram ao sítio, para acompanhar de perto a operação de salvamento, do outro lado do cordão de isolamento.